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OFF COPA

28/05/2014

OFF COPA

Curadores do Oi Futuro selecionaram uma programação especial

e pautaram projetos “campeões de audiência”

 

Em tempo de Copa do Mundo, dois importantes festivais chegam em junho ao Oi Futuro Flamengo: o Multiplicidade, em sua décima edição, e o FILE 2014, que completa sete anos no Rio, e acontece, paralelamente, ao FILE GAMES. O artista Batman Zavareze, curador e criador do Multiplicidade, adianta: “O que iremos propor é uma  experiência de deslocamento através de nossa história”. Paula Perissinotto, uma das idealizadoras do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, ao lado de Ricardo Barreto, fala sobre o maior festival de arte e tecnologia no Brasil. Não percam!

 

OF. Como você avalia esses 10 anos do Festival Multiplicidade? O foco na dualidade analógico/digital permanece?

 

BZ. Foram anos intensos de muita aprendizagem. Realizar um festival é um acontecimento que vai muito além do palco ou das galerias. É um trabalho de janeiro a dezembro que envolve pesquisas, conexões e formações (profissionais, artísticas, críticas e de novos públicos). Um grande desafio. O equipamento e a técnica, low-tech ou hi-tech, pouco importam, até porque o que chamamos hoje de novo na maioria das vezes já foi feito por senhores que poderiam ser meu tataravô. Este ciclo não vai mudar nunca no campo da arte eletrônica e seus pares.

 

OF. A abertura da temporada 2014 traz uma expressiva retrospectiva do Festival Multiplicidade, revendo sua história e as inúmeras experiências difundidas. O que podemos esperar desta nova edição?

 

BZ. Não vamos propor uma retrospectiva propriamente dita. Em 2012, Tom Zé, descendo as escadas do Oi Futuro Flamengo me falou: “não conte a sua história de 10 anos num único ano, é um desperdício intelectual”. Ruminei intensamente a partir deste comentário. Por isso começamos a rever o que aconteceu já no ano anterior e assim levaremos dois ou três anos no total revendo este dialogo de arte sonora e visual junto à tecnologia, sempre olhando o nosso presente, o passado e o futuro. O que iremos propor no teatro é uma experiência de deslocamento através de nossa história. O que podemos esperar? Inquietação total. O festival só existe para ser provocador, para criar fagulha, para incitar, para restabelecer as ligações entre o público e os espaços da cidade, além de replicar a vontade de se criar e propagar obras e experiências capazes de nos tocar no plano do sensível. Nossa vocação como plataforma artística de ações continuadas agem diretamente no jogo entre artista(s) e público(s), criando uma engrenagem móvel, volátil, sempre diferente do que planejamos, impulsionado pela presença de todos.

Particularmente quero que nossas ações gerem “ecos” nas pessoas.

 

OF. O FILE é o maior  festival de arte e tecnologia no Brasil. Qual a sua importância para a cultura digital?

 

PP.  O FILE se constitui de uma plataforma cultural internacional que há 15 anos promove e estimula a produção de manifestações estéticas que fazem uso das ferramentas digitais como objeto criativo. Desde 2000, realiza mostras, debates, workshops, performances na cidade de São Paulo, desde 2006 no Rio de Janeiro e Porto Alegre e, recentemente, em Belo Horizonte. O evento se caracteriza como o maior festival de arte com ênfase  no universo criativo digital, no Brasil e na América Latina. Pelo seu caráter internacional, implica a participação de obras de artistas e pensadores de diversos países. Anualmente, abre um edital para seleção de novas propostas, e recebe uma media de 900 projetos de mais de 28 países. Neste contexto, pela sua continuidade, o FILE legitima-se como uma perspectiva  atuante no que tange à visibilidade e ao estimulo  da produção estética no âmbito da arte contemporânea digital.

 

OF. O FILE  chega à sétima edição no Rio com uma trajetória de sucesso. Como isso aconteceu?

 

PP. Desde 2006, o FILE ocorre em sua versão expositiva na cidade do Rio de Janeiro. Em São Paulo, simultaneamente à versão expositiva, vários  braços foram criados pelo próprio Festival,  entre eles  o Hipersônica, com o objetivo de exibir as produções experimentais na área das sonoridade eletrônica, e o FILE Games, que exibe jogos eletrônicos inéditos feitos por desenvolvedores brasileiros e estrangeiros para diversas plataformas, como tablets, playstation e computadores. Estes dois exemplos conquistaram autonomia como evento apenas na cidade do Rio de Janeiro. A sintonia do FILE com a cidade do Rio de Janeiro se deu a partir de um entendimento conceitual entre as parcerias culturais com o Oi Futuro e a Secretaria do Estado de Cultura do Estado do Rio de Janeiro que, juntos, estão escrevendo a história da arte digital contemporânea no Rio de Janeiro e no Brasil.

 

OF. Qual a sua expectativa em relação ao público que estará presente ao Oi Futuro Flamengo em um mês de Copa do Mundo, além dos já tradicionais frequentadores das edições do Festival? Pessoas de outros estados? Muitos estrangeiros?

 

BZ. Acredito que o público da Copa do Mundo tem um foco determinado – praia, futebol e Cristo Redentor -. Mas um país e uma cidade que têm uma ambição global precisam pensar grande culturalmente. Aquelas pessoas que aqui habitam ou as que estão de passagem, eu espero todos que buscam por experiências que permaneçam dentro de nós, seja pela poesia, pelo embelezamento ou pela estranheza.

 

PP. O FILE 2014 e o FILE Games Rio estarão disponíveis para o público carioca, assim como para os turistas que estarão na cidade do Rio de Janeiro durante a Copa do Mundo, de 9 de junho a 27 de julho. Para aqueles que vierem em busca do futebol, mas que também se alimentam de arte, cultura e inovação, poderão  visitar o Oi Futuro como um programa certeiro entre os jogos da Copa.  O FILE fechou para esta edição  uma parceria com o Museu do Futebol da cidade de Sao Paulo e no contexto dos jogos eletrônicos, o FILE GAMES, os visitantes poderão,  além de  conferir obras de arte contemporâneas inéditas de artistas brasileiros e internacionais expostas no primeiro piso  no FILE RIO 2014, vivenciar  um  campinho virtual vindo direto do Museu do Futebol e que estará montado especialmente no terceiro piso do espaço cultural Oi Futuro.

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