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VOCÊ E O MUSEU – JOSÉ A. DA GAMA FIGUEIRA

11/09/2013

VOCÊ E O MUSEU – JOSÉ A. DA GAMA FIGUEIRA

O GLOBO – VOCÊ E O MUSEU

Artigo do dia 08-09-13

 

Trocar experiências, rever os papéis de seus agentes e debater os novos rumos dos museus mundo afora: esses foram os principais objetivos da 23º Conferência Internacional do Icom (Conselho Internacional de Museus), que o Rio de Janeiro sediou em agosto. O evento, realizado pela primeira vez no Brasil, também se tornou um ótimo pretexto para que as instituições museológicas reavivem seus conceitos e – por que não? – revisitem suas práticas.

Se trazer o futuro impresso no próprio nome e ser parte orgânica de uma das maiores empresas do Brasil é uma grande responsabilidade para o Oi Futuro, maior ainda é para o Museu das Telecomunicações. Ao mesmo tempo em que o objeto principal de nosso museu são as tecnologias de comunicação e sua história, a instituição também tem como missão inspirar o que está por vir. Vivemos em permanente estado de desafio, tentando dialogar com o nosso tempo, que faz com que cada instante presente vire passado em velocidade cada vez mais acelerada. O auto questionamento deve ser rotina dos profissionais dos museus, sempre prevalecendo as perguntas sobre as respostas que, invariavelmente, surgem, com melhor precisão, com a prática cotidiana.

Algumas das reflexões as quais já nos colocamos são as relativas ao personagem principal dessa nossa história: o público. Ou melhor, os públicos. Será que, por exemplo, ainda cabe chamar de “visitante” o freqüentador do museu? Na medida em que não se deve reduzir, o museu a um lugar de”passagem” considerando-o como um ambiente, por natureza, de troca, não seria melhor encontrar uma expressão que levasse em consideração também as aspirações do “sujeito”? E mais: do sujeito do século XXI? Nossa ponderação tende a considerar o freqüentador do Museu das Telecomunicações como “sujeito” que ativa, com suas escolhas autônomas, os dispositivos do espaço museológico e seus aspectos históricos, científicos e afetivos. E, em uma perspectiva mais ambiciosa, desejaríamos ver esse “sujeito” como um verdadeiro “agente interativo” conclamando-o a contribuir com a formação do acervo museológico. Mas como isso pode se dar? Talvez uma das respostas seja: através da pesquisa. Justamente porque um acervo “vivo”é aquele que aglutinaem torno de si conteúdos produzidos a partir de uma relação real de troca com o objeto museológico. A possível criação de um banco de dados, agregando toda produção de pensamento desenvolvida no âmbito do museu pelo “agente interativo” pode ser passo importante na ressignificação de nosso acervo. Essa retroalimentação deve ser algo esperado pelos museus, que devem funcionar sempre como catalisadores de ações desenvolvidas em conjunto com a sociedade e em diálogo permanente com seus – de novo – sujeitos. Experiências que temos desenvolvido no Museu das Telecomunicações nos trazem a convicção, a partir da prática, que uma trajetória só se faz compartilhando o conhecimento. Corresponder às expectativas das pessoas é acreditar sempre na capacidade de transformação dos museus.

Será que ainda cabe chamar de ‘visitante’ o frequentador?


José Augusto da Gama Figueira é presidente do Oi
Futuro/Museu das Telecomunicações

 

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